quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Cuidado com o bicho mau!


D. Manuel Policarpo, tenho de lhe agradecer o alerta, pois apesar de não ter estado no casino da Figueira da Foz, tive oportunidade de ver o seu vídeo.


Agradeço profundamente, pois sem as suas sábias quem sabe o que me poderia acontecer… talvez cair nas garras de um desses filhos do Demo.

Apesar de ser católica, cada vez fico mais perplexa com as afirmações de supostos notáveis da igreja. Chegando mesmo a ficar confusa… estará a igreja numa missão secreta de afastamento dos seus seguidores?

Por amor de Deus (è mesmo caso para o dizer), eu até posso compreender o que o Sr. Cardeal Patriarca quis dizer, mas um homem na sua posição não se pode dar ao luxo de generalizar desta forma.

Onde está a tolerância religiosa?

Dizer às pobres donzelas católicas para terem cuidado com os muçulmanos, é de uma pobreza intelectual atroz. E deixe que lhe diga (generalizando também), tendo em conta alguns “católicos” que conheço, diria a essas mesmas donzelas para terem também cuidado com os católicos.

Mas então…. Acreditando em si e em mim, o que lhes resta? Talvez os judeus…. Ou Jesus.

Humm, já sei… o que a igreja pretende afinal é resolver a crise de vocações.






terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Seja os Homens quizerem... porque Deus assim não quer.



Ligo a televisão e sou constantemente assaltada pelas imagens deste conflito que assume agora uma dimensão que nos toca a todos. E apesar desta ser uma questão milenar, que provavelmente já nem os envolvidos guardam memória das suas causas, vou tentar entender…

Pelo menos desde o séc. VIII a.C. que há notícias de conflitos entre as tribos que ocupavam o actual território palestiniano. De notar que Israel (enquanto tribo) foi conquistada e anexada pela Assíria em 722 a.C.. Voltando apenas a surgir enquanto entidade politica em 1948. Extinta Israel, os conflitos com as restantes tribos permaneciam, até que no reinado de Nabucodonosor da Babilónia, assistimos à deportação em massa da sua população. A Palestina era assim uma terra de ninguém, que foi sendo transferida ao longo dos séculos por, Persas, Ptolomeus, Selêucidas, Asmoneus, Romanos, etc. O que por si só confere às populações que ai se foram estabelecendo uma grande variedade étnica.

A Palestina conhece um período de grande prosperidade com a cristianização do Império Romano, tendo em conta a importância dos acontecimentos religiosos que ai tiveram lugar. Tendo passado a ser um alvo apetecível tanto para cristãos, moçulmanos e judeus, que se gladiavam pelo domínio do território.

Dando um longo passo nesta história apressada, chegamos ao séc.XIX com os Judeus a continuarem a aguardar a reunião do povo de Israel, que se encontrava disperso desde 722 a.C. por castigo de Deus. Aspiravam o perdão divino, e quando tal acontecesse o povo de Israel seria reunido numa terra onde viveriam observando a lei de Deus.
Theodore Herzl (1840-1904) rendido às ideologias vigentes na época, começou a promover a criação de um Estado Judaico, pois só assim se poderia garantir a sobrevivência dos judeus enquanto nação. A aplicação deste quadro foi ponderado para diversos pontos do globo, tendo-se falado na Argentina, Chipre, Congo, etc. No entanto a escolha da Palestina foi a que mais força teve, contanto com o apoio de França e do Reino Único (que esperavam partilhar os despojos do então decadente Império Otomano)

Assim no final do séc XIX inicia-se uma série de vagas de emigrações de judeus para a Palestina. Sustentada por negociações envolvendo as Nações Aliadas e os turcos que administravam o territórios, e aliados da Alemanha na 1ª Guerra Mundial.

Coube aos vencedores da Guerra decidir o destino da Palestina, as Nações Aliadas (encimada pelo Reino Unido) começaram por reconhecer que as diferentes nações que viviam na Palestina tinham o direito à independência. E estabeleceu como prioridade para o território a criação do “Lar judaico”.

Os palestinianos viram neste acto a negação do seu direito à independência, e opuseram-se ao projecto desde o seu início, temendo que a “Declaração de Balfour” levasse à sua submissão política e económica. Surge assim a resistência Palestiniana, opondo árabes a judeus e britânicos.

O endurecimento dos confrontos levou os britânicos a ponderarem a hipótese de divisão da palestina em 2 estados (judeu e árabe). Solução que não agradava a nenhuma das partes, pois os palestinianos não queriam abdicar de parte do seu território e os sionistas viam nesta atitude um desvio ao projecto inicial.

Como parecia não existir solução, em 1939 os ingleses recuam e propõem a criação de um único estado palestiniano para ambos os povos, num prazo de 10 anos. Mas foi apenas mais um projecto falhado…

Os sionistas ao perderem o apoio britânico viram-se para os E.U.A.

Em 1947 a ONU herdeira da questão da palestina, retoma a ideia da criação do estado árabe e do estado judeu. O que mais uma vez originou fortes confrontos.

A 14 de Maio de 1948, na véspera da retirada das forças britânicas da Palestina, os judeus proclamam o Estado de Israel. O recente estado reconhecido internacionalmente e aceite na ONU, tinha uma grande vantagem sobre a coligação árabe, pois para além de ter um exército mais poderoso, contacta com o apoio das grandes potências e da opinião pública ocidental. E em 1949 Israel tinha já ocupado 78% da Palestina.

Assim a grande maioria da população (árabe), viram-se transformados em refugiados perseguidos, amontoando-se em acampamentos na Faixa de Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Síria e Líbano.

A ONU aprova a 11/12/1948 a Resolução 194, onde reconhece aos refugiados o direito de regressarem aos seus lares ou a serem indemnizados. Resolução que Israel se recusa a cumprir até hoje, obviamente por quererem assegurar a maioria étnica judaica, porque tendo em conta os dados da UNRWA, em 1999 foram recenseados 3.600.000 refugiados (nº que não perfaz a totalidade dos refugiados palestinianos)

Assim temos vindo a assistir a um conflito israelo-palestiniano com inúmeros acordos de paz sem qualquer efeito, e a um não parar de violações dos direitos humanos e das directivas internacionais.


Agora faz mais sentido?

Pois a mim também não.